sábado, 6 de fevereiro de 2010

Um Passo a Frente

Eis que cá me deparo comigo recém formado no Ensino Médio. Colação de Grau e Baile foram ontem, marcantes, contundentes, emocionantes.


Começamos tímidos, avaliando o ambiente e logo colocamos nossa euforia para fora em uma entrada diferencial ao som de uma música animada.

E assim se deu o decorrer da cerimônia com a entrega de canudos acompanhados por frases de efeito au councour do Professor de Literatura. Seguiram, então, com as homenagens ao Corpo Docente e com um texto esplêndido e carregado de inovação, clareza e criatividade dos oradores da turma que tiveram o poder de cativar cada presente naquela noite.

Por conseguinte foi a vez da apresentação de uma música composta por um colega de classe capaz de montar uma melodia e uma letra ímpares, magníficas e certeiras na emoção de cada formando, expondo com um toque de samba o que nossa formatura nos representou.

Faço questão, após pedir a concessão ao compositor da música Rafael Vinicius de Lima Soares, de colocar a letra nesta postagem.


Novos Rumos (Autor: Rafael Vinicius de Lima Soares)


Que emoção, olha quanta gente está sentada ali
O nosso sonho era de estar aqui
Podem comemorar esse dia chegou


Não, o caminho não foi fácil para ninguém
Muita dedicação e nenhum desdém
Fizeram agente pisar onde ninguém pisou


Há três anos essa sala não era assim
Mas o que era várzea hoje é um jardim
Preparada para novos campos explorar


Foi com muito estudo e dedicação
Muitos dias da semana, até o feriadão
A Rua Prates era quase o nosso novo lar


Então, quase não tempo nem pra respirar
Aulas, provas e palestras pro vestibular
Tensão, medo e risadas tantas emoções


Saber, que o que passamos juntos já ficou pra traz
Que tudo que vivemos já não volta mais
Estará sempre guardado em nossos corações


Enfim, desejo sorte e sucesso a todos os que vão
Um tchau com o peito apertado e o coração na mão
E um lema para essa sala é o que ficará




A chama que acendemos nunca há de apagar
A chama que acendemos nunca há de apagar
O brilho dessa sala se eternizará!


E logo após tal apresentação ao som da belíssima voz de Marina Ramos Domingos as lágrimas foram absolutas em cada um de nós derramadas com um vídeo-retrospectiva fantástico produzido e elaborado por outra colega, Marcela de Castro.

Segui-se com o baile tendo a esperada Valsa com os Pais e outra Valsa livre e adentramos a festa com muita energia. E dançavam, como dançavam marcando o colorido no olhar, no abraço grato e respeitador de cada um.

E agora, temos a certeza do fim de um ciclo, de uma era de 3 anos de ralação, dedicação, respeito e construção de conhecimento para uma nova etapa. E que venha cheia de vitórias e esperança em um futuro cada vez melhor.

Como não há outra forma de encerras essa postagem, faço uso da letra acima deixando claro que “A chama que acendemos nunca há de apagar”.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O que você faz?


Outro dia fui acometido por uma pergunta estranha. “O que você faz?” Subiu-me instantaneamente à garganta e saiu como que dito por um mega-fone “Estudo.” Parei, refleti sobre o que tinha dito automaticamente e completei “Estudo o homem, este ser pelo começo, mantendo os olhos sempre abertos nesta viagem pelo avesso. Estudo a mim.” Meu amigo deu-se por satisfeito com a resposta e continuamos a andar sem direção. Ao dobramos a esquina encontramos mais dois amigos nosso.
Fomos a um bar e foram umas seis garrafas de cerveja junto com ideais neo-socialistas de salvadores da pátria. Depois foi a vez dos filmes, das mulheres, das piadas, do trabalho... e mais ou menos na metade do segundo maço de cigarros surgiu o pensamento sobre a pergunta que eu havia sido questionado horas atrás. Pausei a cena a qual estava inserido: amigos ao redor de uma mesa de bar que contavam de um cotidiano novo e surpreendente, a moça ao lado na terceira caipirinha e décima quarta mensagem ao namorado que atrasara, a garçonete no balcão que mexia no cabelo para impressionar o rapaz que estava sentado e desacompanhado, o cachorro na calçada a procurar comida juntamente com seu dono e a claridade natural do dia dando espaço ã majestosa noite de verão. Foi então que me dei conta do quão razoável tinha sido minha resposta.
Apertei o play, chamei meu amigo e disse sentindo o sabor que cada palavra tinha. “O que eu faço é viver, e, apesar das cervejas e da nicotina ingratas, tenho vivido da maneira mais saudável que pode existir e o porquê disso é pelo amor que tenho à minha vida e a gratidão que tenho por quem a me deu.” E seguimos rindo nas conversas delinquentes e famigeradas que foram surgindo naquela ponta de mundo.

Fuga Fugaz

Descubro que o céu está tomado de ansiedade repudia qualquer organismo vivo. Viajo fisicamente está manhã e espero que esta viagem também seja espiritual de tal forma que eu me tele-transporte para um outro mundo com um outro céu.
O sono tarda a chegar, talvez porque eu seja tão pulsante quanto qualquer outro ser que está sob este mesmo céu. Nenhum vento se quer bate por aqui e meus pensamentos desabrochados aterrizam no lugar-comum, imóveis, bufantes. Nada acontece neste agreste que se tornou minha alma nesta noite fatigante. Cortante como os espinhos dos cactos minhas palavras rasgam frases inteiras de revolução em um texto não mais que profano.
Interessante, pois, é perceber que onde estou a cigarras não mais cantam, os vagalumes não se mostram vivos e os grilos se extinguiram há tempos. E aí está a razão da minha overdose de ideias, minha respiração embebecida em doses de fuga.
É por isso que ponho fé nesta viagem, na minha trilha. Que seja cheia de terra, de mato, de bicho, de vida e que eu passe a realmente saber qual meu caminho ao lado de quem me criou, a Mãe Natureza.
Sem mais, o café está pronto e as torradas ainda estão quentes, é hora do desjejum para este Sol paulista que por sinal mostra-se ainda tímido ao raiar do dia.