sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Fuga Fugaz

Descubro que o céu está tomado de ansiedade repudia qualquer organismo vivo. Viajo fisicamente está manhã e espero que esta viagem também seja espiritual de tal forma que eu me tele-transporte para um outro mundo com um outro céu.
O sono tarda a chegar, talvez porque eu seja tão pulsante quanto qualquer outro ser que está sob este mesmo céu. Nenhum vento se quer bate por aqui e meus pensamentos desabrochados aterrizam no lugar-comum, imóveis, bufantes. Nada acontece neste agreste que se tornou minha alma nesta noite fatigante. Cortante como os espinhos dos cactos minhas palavras rasgam frases inteiras de revolução em um texto não mais que profano.
Interessante, pois, é perceber que onde estou a cigarras não mais cantam, os vagalumes não se mostram vivos e os grilos se extinguiram há tempos. E aí está a razão da minha overdose de ideias, minha respiração embebecida em doses de fuga.
É por isso que ponho fé nesta viagem, na minha trilha. Que seja cheia de terra, de mato, de bicho, de vida e que eu passe a realmente saber qual meu caminho ao lado de quem me criou, a Mãe Natureza.
Sem mais, o café está pronto e as torradas ainda estão quentes, é hora do desjejum para este Sol paulista que por sinal mostra-se ainda tímido ao raiar do dia.

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